quarta-feira, 15 de junho de 2011

Anarquismo

Por Thais Pacievitch

Anarquia  é uma palavra de origem grega onde an é um prefixo de negação e arke significa autoridade. É o nome que se dá a um princípio ou à teoria de vida e à conduta que concebe uma sociedade sem governo, onde se obtêm a harmonia, não por submissão à lei, nem obediência à autoridade, mas pelos livres acordos estabelecidos entre os diversos grupos, territoriais e profissionais, livremente constituídos para a produção e o consumo, e para a satisfação da infinita variedade de necessidades e aspirações de um ser civilizado.



  Numa sociedade desenvolvida sobre estas diretrizes, as associações voluntárias que começariam a abarcar todos os campos da atividade humana alcançariam uma extensão maior até o ponto de substituir o Estado em todas as funções. Representariam uma rede composta de uma infinita variedade de grupos e federações de todos os graus e tamanhos, locais, regionais, nacionais e internacionais, temporárias ou mais ou menos permanentes, para todos os objetivos possíveis: produção, consumo e intercâmbio, comunicações, serviços comunitários, educação, proteção mútua, defesa de território, etc. E, por outro lado, a satisfação de um número crescente de necessidades científicas, artísticas, literárias e de relações sociais.
Além disso, tal sociedade não teria a pretensão de ser algo imutável. Pelo contrário, como acontece com todo o conjunto da vida orgânica, a harmonia derivaria de um perpétuo ajuste e reajuste do equilíbrio da grande quantidade de forças e influências, desde que estas não gozassem da proteção especial do Estado.
Em relação às concepções econômicas, os anarquistas, juntamente com os socialistas, consideram que o sistema de propriedade privada, nossa produção capitalista em função do benefício, representa um monopólio que vai, ao mesmo tempo, contra os princípios da justiça e os imperativos da utilidade. Os anarquistas consideram o sistema salarial e a produção capitalista um obstáculo para o progresso da sociedade, e apontam para o Estado ter sido e continuar sendo o principal instrumento para que alguns poucos monopolizem a Terra, e os capitalistas se apossem de um volume totalmente desproporcional da produção anual acumulada. Como conseqüência disto, os anarquistas combatem, ao mesmo tempo, o monopólio da terra, o capitalismo e o Estado, independentemente do Estado ser república ou monarquia.

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